Salvador Sobral: 3 + 3 razões para o admirar

Salvador Sobral

Salvador Sobral – Fonte: Facebook do artista

Simpatizei com o Salvador Sobral desde o início. Não o conhecia muito bem. Uma entrevista aqui ou acolá. Uma vaga memória do tempo dos Ídolos. A Luísa Sobral. Até antes de ontem, conhecia pouco mais do que a canção que ganhou a Eurovisão.

O Salvador Sobral deu um grande concerto no EDP Cool Jazz deste ano. Eu tive a sorte de estar lá. Diverti-me imenso apesar de o repertório ser uma quase surpresa total. Para mim, que não tenho seguido em detalhe o percurso dele.

Razões para admirar o Salvador Sobral

Há 3 qualidades que me parece que qualquer pessoa reconhecerá no Salvador Sobral:

Liberdade

Acho que o mais admiro nele é a sensação de liberdade que transmite. Será que ele e tão livre como parece? O Ricardo Araújo Pereira descreve esta atitude como “um certo estou-me cagandismo” da parte dele. Deve ser tão bom ser assim tão livre. É tão raro. Quem me dera.

Musicalidade

O Salvador Sobral é uma máquina de cantar. Afinado como um passarinho, mas mais potente e com um range maior (é assim que se diz?). Canta tudo o que aparece. A sua voz não é igual à de mais ninguém. Pode ser feminina ou masculina. Seca ou melosa. As notas saem ligadas umas às outras. Sem aquele espaço aborrecido no meio que às vezes surge noutras vozes. Envolve-nos verdadeiramente.

Imprevisibilidade

Com ele nunca estamos aborrecidos. Cada concerto, cada música, cada verso. O que é que ele vai fazer com aquilo? Nem ele próprio sabe e isso nota-se. Para além de tudo, tem um grande sentido de humor. Parece tudo genuíno. E entretém imenso.


A estas razões, digamos, universais para gostar dele junto mais três, só minhas:

Relação com a irmã

Sempre me comoveu bastante a relação que ele tem com a irmã, a Luísa Sobral. Talvez por me fazer lembrar da minha relação com o meu irmão. Ela é a mais velha, que ele descreveu como “super sensata, pragmática”. Ele é o mais novo, o idealista, a tentar ser a versão menos comprometida de si próprio a cada dia.

Memórias da gravidez

A nossa bebé nasceu no final de Maio de 2017. Por isso, nos últimos meses da gravidez fartei-me de ouvir o “Amar Pelos Dois”. No início até foi involuntário. Quando assisti à final da Eurovisão já estava convertida. Às vezes cantarolava a música para a bebé antes de nascer. Ainda hoje, quando ouve o início da música, ela interrompe o que está a fazer. E fica a olhar, como se se lembrasse de alguma coisa.

Coragem (ou atitude)

Aqui queria explicar o quanto admiro a atitude dele perante os problemas de saúde que tem enfrentado. Mas não sei se é coragem. Às vezes aquilo que classificamos de coragem nos outros não passa da sua maneira de ser perante as circunstâncias. Nem lhes ocorre não ser assim.

Mas se eu tivesse tido um transplante de coração, era provável que me acagaçasse. E passasse a viver com medo. A comer só alfaces ou amêndoas. A ir para a cama cedo. A tomar as vitaminas e a fazer exames médicos. A controlar-me em tudo. E que vida seria essa?

Seja como for, o Salvador Sobral é das figuras mais interessantes com que contamos actualmente em Portugal. É bom ter artistas. Eu vou continuar a seguir o trabalho dele.

E a menina?


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