5 coisas que aprendemos com os nossos avós

nossos avós

Os nossos avós marcam-nos de uma maneira que não se encontra em mais lado nenhum. Pelo tempo que passamos com eles, pela maneira como nos amam tão (necessariamente) diferente da dos nossos pais. E que se manifesta tanto em detalhes tão pequenos, como nós éramos quando os vivemos, e de que nunca mais nos esquecemos.

O Ricardo Araújo Pereira, por exemplo, tem uma crónica bonita sobre a avó, batatas fritas e amor.

Na casa da minha avó, nunca comi batatas que não fossem moles. Quando hoje me põem no prato batatas estaladiças eu penso: essa pessoa sabe fritar batatas, mas ela não me ama. Não fez as batatas com aquela antecedência. Arriscou que as batatas não estivessem prontas quando eu quisesse almoçar.

Ricardo Araújo Pereira

É uma forma de ser amado que, de facto, não se encontra muito por aí. E só uma das coisas que os nossos avós nos ensinam.

5 coisas que aprendemos com os nossos avós

Então, esta é para os nossos avós. Para esses seres que nos amam no tempo que lhes resta com uma ternura e uma paciência que nos marca pelas gerações.

Aqui fica uma lista das 5 coisas que aprendemos com os nossos avós.

A ver a beleza das coisas banais

Coisas que fazia com a minha avó: ir ao cabeleireiro, ir comprar o pão, preparar o almoço, pôr o lixo lá fora. Tudo coisas banais, quotidianas, pequeninas. Coisas que nem se dá por elas. Mas que nas mãos de um avô ou avó se transformam em rituais, em formas de estar vivo. Saborear realmente um arroz de tomate ou um pastel de bacalhau. E contar a toda a gente como estava. Por que não valorizamos nós também aquilo que, na verdade, é a nossa vida quase toda?

A apreciar o tempo

Sim, os avós dizem muitas vezes que “o tempo voa” ou que ainda se lembram de nós de fralda e chucha. Mas é muito raro um avô ou uma avó ter uma urgência ou andar em correrias. As coisas fazem-se no seu tempo, só quem não envelheceu tenta apressar o tempo. Os nossos avós sabem que nada é eterno, mas isso não lhes dá pressa (como a mim), isso dá-lhes uma espécie de olhar tranquilo sobre a passagem das coisas.

A amar, sem condições

Talvez seja no amor dos avós que sentimos de forma mais pura a incondicionalidade. Porque os nossos avós já passaram por esta coisa de ser pais e eles não se iludem. Eles já aprenderam que não controlamos tudo, ao contrário dos nossos pais, que ainda tentam. Sim senhora, eles querem que tenhamos sucesso, boas notas, cabelos bem cortados, roupas com bom aspecto. Mas estão um pouco mais livres do que isso envolve na prática.

A rir

Não há gargalhada como a gargalhada de um avô/avó ou de uma criança. Parece que são as únicas gargalhadas puras deste mundo. O Churchill dizia que todos os bebés se pareciam com ele. Na verdade, se olharmos bem para um avô/avó velhinho, quase que parece uma criança. Com as suas birras, as suas fragilidades e também as suas alegrias. Uma alegria que voltou a ser livre da pressão dos anos do meio. Uma gargalhada inteira.

A saber que a vida tem um fim

Os nossos avós são mais velhos que os nossos pais, têm mais rugas, mãos que tremem mais. Na maior parte das vezes, morrem mais cedo. São, em muitos casos, se tivermos sorte, das primeiras mortes “a sério” com que temos de lidar. Mostram-nos da forma mais firme que há um fim. Mas também que o amor continua. E que se pode continuar vivo naqueles que amamos.


E tu? O que achas que se aprende com os nossos avós?


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